sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ECLESIASTES–6–1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12;

 

Vi ainda outro mal debaixo do sol, que pesa bastante sobre a humanidade: Deus dá riquezas, bens e honra ao homem, de modo que não lhe falta nada que os seus olhos desejam; mas Deus não lhe permite desfrutar tais coisas, e outro as desfruta em seu lugar. Isso não faz sentido; é um mal terrível. Um homem pode ter cem filhos e viver muitos anos. No entanto, se não desfrutar as coisas boas da vida, digo que uma criança que nasce morta e nem ao menos recebe um enterro digno tem melhor sorte que ele. Ela nasce em vão e parte em trevas, e nas trevas o seu nome fica escondido. Embora jamais tenha  visto o sol ou conhecido qualquer coisa, ela tem mais descanso do que tal homem. Pois, de que lhe valeria viver dois mil anos, sem desfrutar a sua prosperidade?  Afinal, não vão todos para o mesmo lugar?  Todo o esforço do homem é feito para a sua boca; contudo, o seu apetite jamais se satisfaz. Que vantagem tem o sábio em relação ao tolo?  Que vantagem tem o pobre em saber como se portar diante dos outros?  Melhor é contentar-se com o que os olhos vêem do que sonhar com o que se deseja.  Isso também não faz sentido; é correr atrás do vento.  Tudo o que existe já recebeu nome, e já sabe o que o homem é; não se pode lutar contra alguém mais forte. Quanto mais palavras, mais tolices, e sem nenhum proveito.  Na verdade, quem sabe o que é bom para o homem, nos poucos dias de sua vida vazia, em que ele passa como uma sombra?  Quem poderá contar-lhe o que acontecerá debaixo do sol depois que ele partir?

Nenhum comentário: